Sites
http://www.profcardy.com/exercicios/simulado-enem.php
http://vestibular.brasilescola.com/enem/simulado/
http://noticias.terra.com.br/educacao/interna/0,,OI3887799-EI14112,00.html
http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/simulados/
http://linkseguro.blogspot.com.br/2012/03/simulado-enem-2013-online-gratis-pdf.html
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Por que o Brasil está no 88º lugar no ranking mundial da Educação?
A gestão ineficiente, o
desprestígio do magistério e a má formação dos professores são alguns dos
empecilhos ao salto educacional brasileiro
Fonte: Zero Hora (RS)
Os problemas da educação
brasileira extrapolam os limites da sala de aula. O desempenho pífio revelado
em avaliações internacionais se deve a uma combinação de falhas de educadores,
governantes e famílias, na opinião de especialistas. Essas deficiências incluem
erros de gestão, falta de recursos e pouca cobrança social por resultados que
façam jus ao atual peso econômico e político do Brasil.
O desafio de alcançar um ensino
de qualidade foi eleito o tema da nova campanha institucional do Grupo RBS,
deflagrada na terça-feira sob o slogan A Educação Precisa de Respostas. Para
investigar quais são os principais nós que comprometem a aprendizagem no país e
descobrir como desatá-los, uma série de reportagens em rádios, tevês e jornais
vai responder a questionamentos concretos sobre o atual cenário da educação
nacional.
A primeira dessas perguntas é
como pode um país que alcançou a sexta posição entre as maiores economias
do planeta ostentar um constrangedor 88º lugar em um ranking mundial publicado
pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(Unesco) no ano passado. As respostas, oferecidas por especialistas nacionais
na área, resumem os principais entraves ao avanço educacional brasileiro.
Superados estes obstáculos, o
país poderia experimentar nos próximos anos um acréscimo de qualidade
significativo nas escolas e vencer um atraso histórico.
— Temos de levar em conta que
começamos a nos preocupar com educação com quatro, cinco séculos de atraso
em relação a outros países. É impossível recuperar isso do dia para a noite,
mas temos de investir melhor para não perdermos mais tempo — observa o
economista Claudio de Moura Castro.
Confira, a seguir, alguns dos
principais empecilhos ao salto educacional brasileiro.
Gestão ineficiente
Especialistas em educação sustentam que não basta apenas despejar mais dinheiro no sistema educacional brasileiro. Outra disciplina em que o país encontra dificuldades é como aplicar bem os recursos disponíveis — que este ano devem somar R$ 114 bilhões.
Especialistas em educação sustentam que não basta apenas despejar mais dinheiro no sistema educacional brasileiro. Outra disciplina em que o país encontra dificuldades é como aplicar bem os recursos disponíveis — que este ano devem somar R$ 114 bilhões.
— Há mau gerenciamento, e não é
porque as pessoas são incompetentes. As estruturas são viciadas por
clientelismo e corporativismo. Há nomeações políticas de diretores, em muitos
lugares há dois professores para cada classe, tem muita gente que não trabalha.
É uma cultura gerencial difícil de desmontar — avalia o presidente do Instituto
Alfa e Beto, João Batista Oliveira.
Desprestígio do Magistério
Falhas na gestão do ensino explicam, em parte, a dificuldade para desatar outro nó da educação brasileira: a baixa remuneração dos professores — tanto na rede pública quanto na particular. Os baixos salários têm duplo impacto: além de oferecerem pouco estímulo aos profissionais em ação, afugentam da carreira muitos dos melhores alunos.
Falhas na gestão do ensino explicam, em parte, a dificuldade para desatar outro nó da educação brasileira: a baixa remuneração dos professores — tanto na rede pública quanto na particular. Os baixos salários têm duplo impacto: além de oferecerem pouco estímulo aos profissionais em ação, afugentam da carreira muitos dos melhores alunos.
– A baixa aprendizagem decorre da
ausência de professores com qualidade. Tornar o magistério um objeto de desejo
dos jovens é fundamental. Nos países com boa educação, ser professor tem bom
retorno financeiro e reconhecimento social — avalia Mozart Neves Ramos,
conselheiro do movimento Todos pela Educação.
No Painel RBS realizado na terça,
o especialista observou que, enquanto um professor ganha, em média, R$ 1,8 mil,
outro profissional com titulação equivalente recebe R$ 2,8 mil. Países que
estão no topo da educação mundial, como Coreia do Sul e Finlândia, pagam bem seus
professores, o que lhes permite atrair mais interessados e selecionar os
melhores.
Má formação dos professores
Para especialistas, o modelo de treinamento dos mestres brasileiros é uma das razões principais para o desempenho pífio dos estudantes nas avaliações nacionais e internacionais. A principal crítica é de que os cursos não preparam adequadamente.
Para especialistas, o modelo de treinamento dos mestres brasileiros é uma das razões principais para o desempenho pífio dos estudantes nas avaliações nacionais e internacionais. A principal crítica é de que os cursos não preparam adequadamente.
— Em primeiro lugar, para se
formar um bom professor, você tem de aprender o conteúdo a ser ensinado. Em
segundo, você tem de aprender a dar aula. O terceiro é tudo mais, ou seja,
cultura, ideologia, identidade do professor, antropologia e sociologia da
educação, legislação, tudo o que é periférico. No Brasil, as faculdades só
ensinam o “tudo mais”, o periférico. Faltam os temas centrais — diz o economista
e especialista em educação Claudio de Moura Castro.
Baixo investimento na Educação
Básica
Um dos problemas que o país precisa resolver para elevar a qualidade do seu ensino é de matemática. O Brasil aplica, em média, um valor muito baixo para cada estudante da educação básica. O gasto público, em 2010, era de apenas R$ 3,5 mil ao longo de um ano. Isso representa todo o investimento estatal feito diretamente em educação dividido pelo número de alunos.
Um dos problemas que o país precisa resolver para elevar a qualidade do seu ensino é de matemática. O Brasil aplica, em média, um valor muito baixo para cada estudante da educação básica. O gasto público, em 2010, era de apenas R$ 3,5 mil ao longo de um ano. Isso representa todo o investimento estatal feito diretamente em educação dividido pelo número de alunos.
— Ainda investimos menos do
que países como Argentina, México ou Chile — compara Mozart Neves Ramos,
conselheiro do movimento Todos Pela Educação.
Uma comparação internacional
feita com base nas cifras aplicadas em 2008 convertidas para dólar demonstra
que, em uma lista de 34 países, o Brasil só aplicou mais dinheiro por aluno de
qualquer nível de ensino do que a China. Outro problema é o desequilíbrio entre
os níveis educacionais. Enquanto há R$ 17,9 mil disponíveis ao ano para cada
universitário, o estudante do Fundamental ao Médio conta com cinco vezes menos.
Pouca inovação na sala de aula
As dificuldades de formação e remuneração dos profissionais da educação, somadas às restrições de orçamento, resultam em outro problema: a dificuldade para apresentar um sistema de ensino renovado, inovador e capaz de despertar o interesse dos estudantes.
As dificuldades de formação e remuneração dos profissionais da educação, somadas às restrições de orçamento, resultam em outro problema: a dificuldade para apresentar um sistema de ensino renovado, inovador e capaz de despertar o interesse dos estudantes.
— Temos hoje uma situação em que
a escola é do século 19, o professor é do século 20, mas o aluno é do século
21. Precisamos colocar todos no mesmo século. Para isso, é preciso ter um
currículo atraente, com inovação e criação de mecanismos que estimulem a
pesquisa. O aluno do século 21 não quer coisa pronta, enlatada – analisa Mozart
Neves Ramos.
Baixa participação da
comunidade
Os problemas da educação brasileira não estão apenas dentro do colégio. Um dos elementos apontados para o mau desempenho internacional é o pouco envolvimento de quem está do lado de fora dos muros escolares no universo da educação. A pouca intimidade foi demonstrada pela pesquisa Educar Para Crescer, realizada pelo Ibope: 72% das famílias brasileiras se dizem “satisfeitas”com a educação nacional, e dão uma média 7 (em uma escala de zero a 10) para as escolas públicas e privadas.
Os problemas da educação brasileira não estão apenas dentro do colégio. Um dos elementos apontados para o mau desempenho internacional é o pouco envolvimento de quem está do lado de fora dos muros escolares no universo da educação. A pouca intimidade foi demonstrada pela pesquisa Educar Para Crescer, realizada pelo Ibope: 72% das famílias brasileiras se dizem “satisfeitas”com a educação nacional, e dão uma média 7 (em uma escala de zero a 10) para as escolas públicas e privadas.
A idade certa
Fatores como sociabilização e maturidade neurológica podem explicar por que alunos adiantados apresentaram desempenho pior em avaliação
Fonte: Revista Educação
Dados da Prova ABC mostram que alunos em idade escolar correta têm
melhor desempenho do que os demais. O mais impressionante, porém, é que
assim como os defasados, os alunos adiantados na relação idade/série
demonstraram piores resultados em todas as disciplinas avaliadas.
Instituída por uma parceria entre Todos Pela Educação, Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep),
Fundação Cesgranrio e Instituto Paulo Montenegro/Ibope, a prova foi
aplicada no primeiro semestre de 2011, com o objetivo de avaliar o
aprendizado dos concluintes do 3o ano do ensino fundamental em leitura,
escrita e matemática.
Dos 5.875 alunos participantes, 79,5% tinham entre 8 e 9 anos, 20,1%
estavam defasados e 0,5% da amostra compôs o quadro de estudantes
adiantados, ou seja, com menos de 8 anos. Em escrita, por exemplo, 57,9%
dos alunos entre 8 e 9 anos obtiveram desempenho adequado, enquanto
apenas 40,7% dos adiantados e 35,2% dos defasados apresentaram
resultados satisfatórios.
A diferença exposta pela Prova ABC serve de alerta, segundo Priscila
Cruz, diretora executiva do Todos pela Educação. "Existe uma pressão da
parte de alguns pais que insistem em adiantar a entrada de seus filhos
no ensino fundamental, mesmo que a lei determine uma idade correta.
Nessa etapa, qualquer tipo de antecipação pode ser ruim", afirma.
Para Priscila, o baixo desempenho pode ser explicado por duas razões
principais: a falta de maturidade neurológica, que determina o
desenvolvimento da coordenação motora, fundamental para a escrita, entre
outras tarefas, e a sociabilização da criança. O descompasso etário nas
relações sociais dentro da escola também ajuda a explicar por que os
alunos atrasados têm pior desempenho.
A Prova ABC foi aplicada em todas as capitais do país a alunos das
redes pública e privada. Cada estudante respondeu a 20 itens de leitura
ou matemática e escreveu uma redação a partir de um tema único. A escala
do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) foi
utilizada para medir o aprendizado.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Da Mediocridade a Nota 10
Da
Mediocridade a Nota 10
By Roseli Brito
No artigo anterior debati sobre a nota vermelha e
neste ínterim eis que surge os estonteantes índices do Ideb. O Ensino Médio
atingiu a nota de 3,7 e o Ensino Fundamental 4,7. Pasmem, e este último está
comemorando, pois este índice era para ser atingido apenas em 2013 e já foi
atingido AGORA !!!?
Será que uma empresa que preste vai desejar no
seu quadro de funcionários um indivíduo com essas notas? Muito provavelmente
não! É sabido que em várias instituições, públicas e privadas já estão sendo
exigidos Boletim Escolar para verificação das notas e então aqueles sujeitos
com a história acadêmica que apresentam as notas mais altas durante a sua vida
escolar são admitidos para integrar programas de primeiro emprego, ingresso no
ensino técnico, etc.
Em resumo: buscam-se os MELHORES, os mais
CAPAZES, os mais DEDICADOS, os mais COMPROMETIDOS. Mas o que a Escola e as
notas tem a ver com isso? Tem tudo a ver !!
- Nivelando pela mediocridade:
A média estipulada no Ideb é 10, porém delimitou-se
“ metas” , eu diria bem medíocres para serem atingidas, e assim de décimo em
décimo a fila vai andando a passos de tartaruga com todos comemorando cada
décimo atingido como sendo uma grande vitória.
O nivelamento é feito pela mediocridade e não
pela excelência. E não pense que Escola Particular também não entra nessa.
Muitas tem como média estipulada no Regimento Escolar a nota 5 para que não
haja reprovações em massa no final do ano.
Quando alterei o Regimento para média 7 os pais
acharam injusto da minha parte alegando que para o aluno atingir 7 seria muito
difícil, então que a escola deixasse a nota 5 que ficaria mais fácil passar de
ano. Retruquei dizendo que espera-se que o aluno de fato não atinja 7 e sim que
alcance a nota 10, pois na vida ninguém quer uma pessoa que ficou na média de
todo mundo. A vida precisa de gente que faça as coisas com excelência e não
igual a todo mundo.
Mas o que é ficar na média, atingir a média, o
que é a média? Segundo o Dicionário Michaelis:
média sf (fem de médio). 1 Valor
médio. 2 Coisa ou quantidade que representa o meio entre muitas coisas. 3 Quantidade
mínima de pontos ou valores que se deve alcançar em exame ou concurso para
conseguir aprovação ou admissão.
mediano adj (lat medianu) 1
Colocado no meio, que está entre dois extremos; meão. 2 Nem muito
excelente nem muito inferior; medíocre. 3 Regular. 4 Sofrível.
medíocre adj (lat mediocre) 1
Médio ou mediano. 2 Ordinário, sofrível, vulgar. sm 3 Aquele que tem
pouco talento, pouco espírito, pouco merecimento. 4 Aquilo que tem pouco valor.
Observe os termos grifados (o grifo é meu e não
do dicionário), pois quero chamar a sua atenção para a seguinte questão:
Atingir a média é pouco, é ordinário, é ridículo. É o mesmo que dizer que de
algo ensinado o sujeito aprendeu apenas a metade, ou uma parte. Ninguém quer um
profissional que sabe só uma parte do que deve fazer, só um pedaço,pois ninguém
contrata uma pessoa para fazer metade de uma coisa. Além do mais as excelentes
oportunidades são para os Excelentes não para os medíocres.
Atingir a média em alguma coisa, diz muito acerca
do espírito de uma pessoa. Da mesma forma que a nota máxima, ou a nota 10.
Atingir mais exige MAIS, requer MAIS, é ter de extrapolar a mediocridade e
atingir a excelência em algo. A maestria em algo só vem com dedicação, esforço
e resiliência. Ser medíocre só precisa contentar-se em atingir a média e para
tanto, basta fazer o mínimo, o pouco, o quase nada.
Aqui abro um parêntesis para compartilhar um
pouco da minha experiência e vivência com crianças com deficiência intelectual
e física. São crianças e jovens que se superam todos os dias, e fazem coisas
que muitas vezes pessoas que não tem nenhum impedimento não fazem apenas porque
tem preguiça. Ter o espírito de águia é bem diferente de ter o espírito de
galinha.
Todas as crianças e jovens com algum tipo de
deficiência têm espírito de águia enquanto grande parte dos jovens que
frequentam o Fundamental e Ensino Médio de Escolas Públicas e Particulares, e
as que prestaram o Ideb tem o espírito de galinha. O incrível de tudo é que
quando esses jovens crescem querem ter as mesmas chances e privilégios daqueles
que tem o espírito de águia.
Mas como sair da mediocridade e buscar a
excelência? Como desenvolver espírito de águia nos nossos alunos ? Creio
que o mais acertado é mostrar onde as águias vivem,o que elas conquistam e o
que fizeram para chegar lá. Precisamos mostrar aos Alunos e Pais onde é esse
“lá”. E agora vou descrever a bússola e o mapa para o “lá”.
A excelência é construída de muitas formas, e há
vários caminhos para alcançá-la, todos envolvem perseverança, trabalho,
comprometimento.
Na imagem ao lado você verá a Bússola que norteará
esse caminho e envolve três personagems: O Professor, a Família, o Aluno. Cada
qual tem a sua parcela de responsabilidade durante o processo. Esta bússola eu
dei o nome de Aliança Nota10. Está no formado de um círculo e só poderá ser uma
aliança se as 3 partes estiverem unidas, caso contrário, se alguém não se
comprometer com a sua parte não haverá resultado satisfatório.
Como você pode observar, ao Aluno a parcela é
maior de todas, afinal, aquele esforço extra, aquele passo a mais, dependerá
sempre do indivíduo em questão.
Agora vamos ao mapa, que descreve, resumidamente,
o que cada personagem deve fazer para garantir que a nota 10, ou a excelência
seja atingida.
Como utilizar a Aliança Nota 10 nas Reuniões:
Fica muito mais fácil contestar quaisquer
objeções quando temos os argumentos apropriados para refutar as colocações
infundadas ou mal educados. Para tanto é primordial que você coloque o quadro
acima bem visível na sala de aula e trabalhe estas questões com os alunos, bem
como com os Pais logo na primeira Reunião.
Deve pedir a assinatura com a concordância de
todos os envolvidos, afinal este material torna-se um documento, um pacto entre
as partes comprometendo-se a cumpri-lo.
Nas Reuniões Bimestrais quando você for
questionada a respeito do por que da nota vermelha no boletim, aponte o quadro
e faça os Pais descreverem para você como ele cumpriu cada um dos itens
referente a parte dele.
Depois descreva aos Pais como você cumpriu cada
um dos itens referentes a sua parte tais como:
- Mostre quantas lições de casa você enviou
- Mostre quantas aulas você deu
- Mostre quantas explicações foram dadas
- Mostre quantos exercícios foram feitos na sala
de aula
- Mostre quantas Leituras/Resumos foram
solicitados
- Mostre quantos trabalhos foram pedidos
- Mostre quantos plantões de dúvidas você
ofereceu
- Mostre quantos recados você enviou
Para mostrar a parte do aluno, previamente faça
uma autoavaliação com os alunos na semana da Reunião de Pais, e então mostre
aos Pais o que o aluno respondeu a respeito de si mesmo e inclua as seguintes
observações:
- Informe quantas vezes você chamou a atenção
dele para os estudos
- Informe quantas vezes ele participou das aulas
- Informe quantas vezes ele atrapalhou a aula
- Informe quantas vezes ele esqueceu de trazer os
materiais para as aulas
- Informe quantas vezes ele não trouxe as tarefas
prontas
- Informe quantas vezes ele entregou trabalhos
fora do prazo
- Informe quantas vezes ele não entregou os
trabalhos
É preciso sempre deixar claro que há três
personagens envolvidos e que antes de ser emitido juízo de valor é necessário
apurar quem não cumpriu o combinado.
No mapa, por motivos de espaço enumerei apenas os
itens principais, os quais você pode acrescentar e expandir conforme os
problemas enfrentados na sua sala de aula.
Conclusão:
A Aliança Nota 10 é apenas uma ferramenta que
pode auxiliar os alunos e os Pais a compreenderem e comprometerem-se com a
excelência do aprendizado e não com a mediocridade. É fato também que todo o
contexto educacional sofrerá mudanças significativas quando as Escolas
implementarem sistemas de gestão escolar que funcionem, adequarem os currículos
para esta nova realidade global, remunerar e capacitar melhor os professores.
Enquanto estas mudanças não chegam vamos criando,
por nós mesmos, novas estratégias educativas que assegurem a eficácia do
trabalho em sala de aula. E na sua sala de aula tem mais gente com espírito
de “águia” ou de “galinha”?
Avaliação Externa
O desafio de universalizar a escola no Brasil já foi praticamente
vencido. Hoje, a questão passa mais pela qualidade do que é ensinado em
sala de aula do que propriamente pelo acesso. Para medir o nível da
educação básica no país, criou-se uma série de avaliações externas, como
o Saeb, a Prova Brasil, Provinha Brasil (federais), PROALFA e PROEB (estadual-MG). A partir dos resultados
desses exames, é possível se pensar em novas políticas públicas
educacionais
A avaliação é um indicador que reflete aquilo que foi feito no processo pedagógico. O processo pedagógico é que garante a formação ampla das crianças e dos jovens.
Para abordar as avaliações externas, a MAGISTRA promoveu uma Roda de Conversa (que é um espaço de discussões e reflexões sobre o contexto educacional brasileiro, ações e projetos de Minas Gerais).
Pensando na importância do tema e na formação continuada dos profissioais da escola e dos membros do Colegiado Escolar, sugiro a equipe gestora um encontro ou uma reunião, pode ser a do Módulo II para realizar um estudo dialogado a partir da roda de conversa.
Quais são as avaliações educacionais externas? Quando foram implantadas? Qual a periodicidade? Qual o objetivo? Como avaliam a efetividade dessas avaliações? Qual a difrença entre matriz de ensino e matriz de avaliação? Como avaliar e interpretar os resultados? O que a escola fez para ter esses resultados? O que podemos fazer a partir dos resultados? A divulgação dos resultados surte efeito na prática pedagógica?
http://youtu.be/xzEr9BLUxXc parte 2 Duração:8 minutos e 28 segundos
http://youtu.be/a1ATQHUax08 parte 3 Duração: 17 minutos e 36 segundos
Programas exibidos em 27 de agosto de 2012 pelo Canal Minas Saúde.
Lembrem-se que é só uma SUGESTÃO.
Atenciosamente,
Silvana Caixêta
Analista Educacional DIRE/SRE Unaí
(38) 3677-9516
A avaliação é um indicador que reflete aquilo que foi feito no processo pedagógico. O processo pedagógico é que garante a formação ampla das crianças e dos jovens.
Para abordar as avaliações externas, a MAGISTRA promoveu uma Roda de Conversa (que é um espaço de discussões e reflexões sobre o contexto educacional brasileiro, ações e projetos de Minas Gerais).
Pensando na importância do tema e na formação continuada dos profissioais da escola e dos membros do Colegiado Escolar, sugiro a equipe gestora um encontro ou uma reunião, pode ser a do Módulo II para realizar um estudo dialogado a partir da roda de conversa.
- Sugiro que comece com o vídeo chamado O olhar do Educador http://youtu.be/J_U6SDoC-ao Duração de 6 minutos.
- Distribuir para pequenos grupos tarjetas com perguntas, de forma que todos os grupos tenham as mesmas perguntas. Elas servirão de diagnóstico para a equipe gestora perceber o grau de conhecimento dos colaboradores sobre avaliações externas.
Quais são as avaliações educacionais externas? Quando foram implantadas? Qual a periodicidade? Qual o objetivo? Como avaliam a efetividade dessas avaliações? Qual a difrença entre matriz de ensino e matriz de avaliação? Como avaliar e interpretar os resultados? O que a escola fez para ter esses resultados? O que podemos fazer a partir dos resultados? A divulgação dos resultados surte efeito na prática pedagógica?
3. Ver os vídeos (pode dividir em duas reuniões. Na primeira o vídeo 1 e na segunda os vídeos 2 e 3)
http://youtu.be/F8SCiUxojdc parte 1, Duração: 22 minutos e 19 segundos http://youtu.be/xzEr9BLUxXc parte 2 Duração:8 minutos e 28 segundos
http://youtu.be/a1ATQHUax08 parte 3 Duração: 17 minutos e 36 segundos
Programas exibidos em 27 de agosto de 2012 pelo Canal Minas Saúde.
4. Discutir as perguntas e o vídeo.
5. Solicitar sugestões para a prática pedagógica.
6. Reflexão: História do Lápis.
Observações: Não esqueça do ambiente pedagógico. Faça cartazes com os resultados das avaliações do Brasil, de Minas Gerais, do seu município e da escola, de forma bastante apresentável. Não esqueça os resultados do IDEB http://www.portalideb.com.br/ Veja versão anterior do "site", no lado direito, parte superior, escrito em azul. Leve também os boletins pedagógicos / revistas pedagógicas do PROALFA/PROEB, livros da Prova Brasil.
5. Solicitar sugestões para a prática pedagógica.
6. Reflexão: História do Lápis.
Observações: Não esqueça do ambiente pedagógico. Faça cartazes com os resultados das avaliações do Brasil, de Minas Gerais, do seu município e da escola, de forma bastante apresentável. Não esqueça os resultados do IDEB http://www.portalideb.com.br/ Veja versão anterior do "site", no lado direito, parte superior, escrito em azul. Leve também os boletins pedagógicos / revistas pedagógicas do PROALFA/PROEB, livros da Prova Brasil.
Lembrem-se que é só uma SUGESTÃO.
Atenciosamente,
Silvana Caixêta
Analista Educacional DIRE/SRE Unaí
(38) 3677-9516
Entrevista: Ronaldo Mota
Inovar deve ser um objetivo central da educação contemporânea
Decorar fórmulas e datas faz parte do passado da
educação. Mais do que memorizar, hoje é fundamental estimular o
pensamento inovador. Ronaldo Mota, que já teve passagem pelo Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), hoje ocupa a cátedra Anísio
Teixeira, no Instituto de Educação da Universidade de Londres.
Seu trabalho na Inglaterra passa justamente por pensar saltos qualitativos na educação, experiência que traz na bagagem desde que foi secretário nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI. De Londres, o professor aposentado da Universidade Federal de Santa Maria falou sobre qualidades, oportunidades e desafios do ensino. Mota é físico, e foi secretário nacional de Educação à Distância do Ministério da Educação (MEC).
Que medidas devem ser tomadas na educação básica para que aumente a porcentagem de universitários do Brasil?
Ronaldo Mota - Inovação é a palavra-chave para um desenvolvimento social e econômico sustentável. Não há país que possa competir em inovação sem ter uma educação de qualidade e acessível. Assim temos, além do problema da qualidade, o fato de somente 3% da população estarem cursando ensino superior. Talvez sejam esses os dois grandes sérios indicadores negativos de nossas limitações, mas são ambos superáveis. A boa notícia é que estamos crescendo esse percentual, mas precisamos crescer muito mais rápido e ganhando qualidade.
As escolas daqui já sabem o que é inovar?
Mota - A maioria das escolas infelizmente não sabe o que é inovação. Pensam que é modernizar comprando equipamentos. Inovação hoje é o motor que gera conhecimento, que ajuda a moldar os programas de pesquisa e o desenvolvimento tecnológico. Entre elas, aptidão desenvolvida para aprendizagem independente, espírito empreendedor e capacidade de iniciativa, aprender a trabalhar em equipe e com visão solidária, não ter medo de novas tecnologias e gosto por enfrentar desafios e imprevistos, saber falar e ouvir sem preconceitos e com espírito de tolerância desenvolvida e, por fim, mas não menos importante, extrema paixão pela cultura, especialmente pelas artes, e pelos esportes. Enfim, atributos essenciais que normalmente são subestimados, quando não reprimidos, pelas escolas.
O intercâmbio entre instituições, comum nas universidades, é uma iniciativa que poderia ser aplicada aos professores e educadores dos ensinos Fundamental e Médio?
Mota - Há coisas que se aprende quando no ensino superior, outras não serão nunca despertadas se não forem devidamente estimuladas na educação básica. Preparar pessoas com vocação para inovação vem da formação básica, seja na escola diretamente, no ambiente familiar ou mesmo nas ruas.
Os altos investimentos em educação superior e em pós-graduação tem os resultados esperados nas instâncias anteriores de ensino? Existem muros a serem derrubados entre universidades, escolas e sociedade?
Mota - O Brasil em termos de qualidade é uma pirâmide de cabeça para baixo, sendo a melhor qualidade na pós-graduação e a pior nos níveis na educação básica. Este modelo não tem futuro e carece de sustentabilidade, inclusive para a pós-graduação. Temporariamente pode até iludir, mas não há consistência.
Muito se fala sobre o que o Brasil tem a aprender com outras nações. Nós já temos algo a ensinar? O que? A quem?
Mota - No mundo globalizado, todos aprendem e todos ensinam. Da mesma forma, temos a opção de não aprender nunca. Na produção de alimentos e no combate à pobreza extrema, estamos ensinando o mundo como fazer. Na produção industrial clássica, bem como na educação em geral, com as honrosas exceções de praxe, nos recusamos a aprender.
Quais as principais diferenças que o senhor notou entre o ensino no Brasil e na Inglaterra? Em quais desses pontos o Brasil está melhor e em quais está pior?
Mota - A Inglaterra tem um passado que conta a seu favor e o Brasil tem um futuro que ajuda muito. Nesse sentido, eles são os opostos. O presente deles é turbinado pelo que o passado representa. Nós temos um presente que o melhor argumento é o que podemos ser no futuro. Essa diferença conta a nosso favor se soubermos nos comportar em educação e inovação.
A produção e a inovação de tecnologias móveis, de certa maneira já presente no Brasil, pode refletir positivamente nas práticas de ensino? De que maneira?
Mota - Entendendo que os mais jovens já adotaram uma nova linguagem, incorporando plenamente as tecnologias digitais, enquanto o ambiente escolar, incluindo os professores e dirigentes educacionais, ainda não cruzaram o século passado. Temos que enxergar os professores como designers de programas e objetos de aprendizagem, capazes de fazer pleno uso das novas tecnologias para ensinar melhor e aprender sempre, sem receio de errar e dispostos a enfrentar desafios. Hoje nossos professores não têm esse estímulo e nem a formação adequada. Quando muito eles têm as máquinas e alguns instrumentos, os quais sozinhos, sem a adequada formação dos professores, são nada.
O Ensino a Distância (EAD) pode ser uma ferramenta de ensino auxiliar para a educação nos níveis fundamentais e médio?
Mota - Claro que sim. Não me agrada a separação abrupta usual que o país adotou entre modalidades presencial e a distância. O mundo contemporâneo caminha em direção a uma educação flexível, incorporando as boas contribuições dos ensinos presencial e a distância e estimulando nossos estudantes a estudarem antes das aulas, tornando-as muito mais dinâmicas, prazerosas e eficientes. Simples: disponibilizar os conteúdos antes, criar ambientes virtuais interativos nos cursos e estudar antes das aulas. Sabemos o quão difícil é mudar uma cultura, mas sem mudanças não há inovação.
Seu trabalho na Inglaterra passa justamente por pensar saltos qualitativos na educação, experiência que traz na bagagem desde que foi secretário nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI. De Londres, o professor aposentado da Universidade Federal de Santa Maria falou sobre qualidades, oportunidades e desafios do ensino. Mota é físico, e foi secretário nacional de Educação à Distância do Ministério da Educação (MEC).
Que medidas devem ser tomadas na educação básica para que aumente a porcentagem de universitários do Brasil?
Ronaldo Mota - Inovação é a palavra-chave para um desenvolvimento social e econômico sustentável. Não há país que possa competir em inovação sem ter uma educação de qualidade e acessível. Assim temos, além do problema da qualidade, o fato de somente 3% da população estarem cursando ensino superior. Talvez sejam esses os dois grandes sérios indicadores negativos de nossas limitações, mas são ambos superáveis. A boa notícia é que estamos crescendo esse percentual, mas precisamos crescer muito mais rápido e ganhando qualidade.
As escolas daqui já sabem o que é inovar?
Mota - A maioria das escolas infelizmente não sabe o que é inovação. Pensam que é modernizar comprando equipamentos. Inovação hoje é o motor que gera conhecimento, que ajuda a moldar os programas de pesquisa e o desenvolvimento tecnológico. Entre elas, aptidão desenvolvida para aprendizagem independente, espírito empreendedor e capacidade de iniciativa, aprender a trabalhar em equipe e com visão solidária, não ter medo de novas tecnologias e gosto por enfrentar desafios e imprevistos, saber falar e ouvir sem preconceitos e com espírito de tolerância desenvolvida e, por fim, mas não menos importante, extrema paixão pela cultura, especialmente pelas artes, e pelos esportes. Enfim, atributos essenciais que normalmente são subestimados, quando não reprimidos, pelas escolas.
O intercâmbio entre instituições, comum nas universidades, é uma iniciativa que poderia ser aplicada aos professores e educadores dos ensinos Fundamental e Médio?
Mota - Há coisas que se aprende quando no ensino superior, outras não serão nunca despertadas se não forem devidamente estimuladas na educação básica. Preparar pessoas com vocação para inovação vem da formação básica, seja na escola diretamente, no ambiente familiar ou mesmo nas ruas.
Os altos investimentos em educação superior e em pós-graduação tem os resultados esperados nas instâncias anteriores de ensino? Existem muros a serem derrubados entre universidades, escolas e sociedade?
Mota - O Brasil em termos de qualidade é uma pirâmide de cabeça para baixo, sendo a melhor qualidade na pós-graduação e a pior nos níveis na educação básica. Este modelo não tem futuro e carece de sustentabilidade, inclusive para a pós-graduação. Temporariamente pode até iludir, mas não há consistência.
Muito se fala sobre o que o Brasil tem a aprender com outras nações. Nós já temos algo a ensinar? O que? A quem?
Mota - No mundo globalizado, todos aprendem e todos ensinam. Da mesma forma, temos a opção de não aprender nunca. Na produção de alimentos e no combate à pobreza extrema, estamos ensinando o mundo como fazer. Na produção industrial clássica, bem como na educação em geral, com as honrosas exceções de praxe, nos recusamos a aprender.
Quais as principais diferenças que o senhor notou entre o ensino no Brasil e na Inglaterra? Em quais desses pontos o Brasil está melhor e em quais está pior?
Mota - A Inglaterra tem um passado que conta a seu favor e o Brasil tem um futuro que ajuda muito. Nesse sentido, eles são os opostos. O presente deles é turbinado pelo que o passado representa. Nós temos um presente que o melhor argumento é o que podemos ser no futuro. Essa diferença conta a nosso favor se soubermos nos comportar em educação e inovação.
A produção e a inovação de tecnologias móveis, de certa maneira já presente no Brasil, pode refletir positivamente nas práticas de ensino? De que maneira?
Mota - Entendendo que os mais jovens já adotaram uma nova linguagem, incorporando plenamente as tecnologias digitais, enquanto o ambiente escolar, incluindo os professores e dirigentes educacionais, ainda não cruzaram o século passado. Temos que enxergar os professores como designers de programas e objetos de aprendizagem, capazes de fazer pleno uso das novas tecnologias para ensinar melhor e aprender sempre, sem receio de errar e dispostos a enfrentar desafios. Hoje nossos professores não têm esse estímulo e nem a formação adequada. Quando muito eles têm as máquinas e alguns instrumentos, os quais sozinhos, sem a adequada formação dos professores, são nada.
O Ensino a Distância (EAD) pode ser uma ferramenta de ensino auxiliar para a educação nos níveis fundamentais e médio?
Mota - Claro que sim. Não me agrada a separação abrupta usual que o país adotou entre modalidades presencial e a distância. O mundo contemporâneo caminha em direção a uma educação flexível, incorporando as boas contribuições dos ensinos presencial e a distância e estimulando nossos estudantes a estudarem antes das aulas, tornando-as muito mais dinâmicas, prazerosas e eficientes. Simples: disponibilizar os conteúdos antes, criar ambientes virtuais interativos nos cursos e estudar antes das aulas. Sabemos o quão difícil é mudar uma cultura, mas sem mudanças não há inovação.
Entrevista: Fernando Reimers
Os desafios da educação no século 21
Construir uma educação de qualidade é um desafio em que
o Brasil ainda tem muito a evoluir. Para tratar sobre os desafios do
país neste tema, entrevistamos Fernando Reimers, um dos maiores
especialistas do mundo no assunto.
Professor de Educação Internacional da Fundação Ford e diretor do Programa de Políticas Educacionais Internacionais da Universidade de Harvard, Reimers está atualmente no Brasil em um convênio com a Universidade Federal de Juiz de Fora. Confira abaixo o que ele tem a dizer sobre tecnologia, inovação e liderança em educação.
Que desafios o Brasil precisa encarar para ter um ensino de alto padrão?
Fernando Reimers - A sociedade brasileira reconhece que construir um sistema educacional de ponta é central para sustentar o desenvolvimento necessário para diminuir a pobreza, promover inclusão social e fomentar a prosperidade. Há uma clara prioridade pela educação no país, tanto por parte do governo quanto pela sociedade civil. Um importante desafio em quaisquer nações com altas perspectivas educacionais é a capacidade de executar e implementar mudanças. É notável que, dentre todo o entusiasmo pela educação brasileira, existe uma distinção entre as organizações e instituições comprometidas com sua implementação e execução e aquelas satisfeitas em só fazer parte da discussão.
O Rio Grande do Sul tem os níveis mais altos de repetência no Ensino Médio. O senhor pensa que reprovar estudantes é uma via para que eles aprendam mais e melhor?
Reimers - Altos índices de reprovação são reflexo de uma personalização inadequada da educação, que não consegue atender a necessidade desses estudantes. Nós vivemos em uma época extraordinária em que o desenvolvimento da ciência do aprendizado, o conhecimento sobre ensino e liderança escolar, e diversas inovações pedagógicas e educacionais permitiram, através do desenvolvimento de novas tecnologias, personalizar a educação muito mais do que era possível no passado. Qualquer sistema de ensino com altas taxas de repetência deveria desenvolver oportunidades de aperfeiçoamento do currículo, de materiais didáticos e pedagógicos. Isso passa pela qualificação de professores e líderes escolares.
Quais competências e habilidades o professor do século XXI deve ter para ministrar aulas melhores e mais interessantes?
Reimers - No século XXI, as escolas devem ter como produto não somente o conhecimento de fatos, mas a capacidade de usar esses dados para resolver problemas, transferindo conhecimento de uma disciplina para uma gama de contextos. Também é importante desenvolver o pensamento inovativo, criativo e crítico, o aprendizado contínuo, a comunicação efetiva, além de ser consciente e persistente, tentando fazer o melhor trabalho possível. Também é necessário ser capaz de disciplinar, de lidar com as emoções alheias, de ter competências sócio-emocionais. Para auxiliar os estudantes a desenvolver essas competências, os professores precisam pensar seu papel de maneira diferenciada.
O governo precisa de muito dinheiro para ter uma boa educação ou existem soluções criativas que podem superar problemas econômicos? Qual o papel da tecnologia nesse aspecto?
Reimers - Com certeza não é possível tirar leite de pedra, e recursos são necessários para uma educação de alta qualidade. Precisa-se dinheiro para criar estruturas de educação adequadas, para remunerar professores e diretores de maneira justa, para qualificar os profissionais da educação, para apoiar inovações. Isto dito, os sistemas de educação com melhor desempenho no mundo todo não são aqueles que gastam mais por estudante, mas sim aqueles que gerenciam o dinheiro inteligentemente, implementando abordagens efetivas e inovativas de educação. É por isso que é tão importante desenvolver lideranças educacionais.
Quais as mais importantes lições que o senhor aprendeu sobre educação em sua carreira?
Reimers - 1) A Educação deve cultivar a ação, a voz e a eficácia das pessoas. Nós precisamos auxiliar os educadores a desenvolver suas habilidades de resolução de problemas. Nós precisamos substituir o viés contemplativo, muito presente na educação, pela ênfase no cultivo de uma educação orientada para ação, pela disposição de criar e de transformar o mundo e nossas circunstâncias. Pedagogias capazes de cultivar o aprendizado incluem ensino baseado em projetos, aprendizado expedicionário, engenharia da educação, educação empreendedora, estúdios de design e workshops.
2) A educação deveria cultivar excelência acadêmica, desenvolvimento de caráter e competência sócio-emocional simultaneamente. Estudantes deveriam desenvolver bases éticas que fundamentem suas habilidades e disposição de raciocinar moralmente e agir responsavelmente, e a capacidade de de trabalhar em grupo.
3) As habilidades e motivações de aprender de maneira contínua, independente e em grupo, e também de reaprender, tornaram-se mais importantes. O aprendizado da educação online deve ser acessível a todos os estudantes, pois assim eles estão preparados para usar esse aprendizado para toda a vida. Estudantes deveriam ter vivência de diferentes modos de ensino e aprendizagem no ambiente escolar, aprendendo com os professores, mas também com seus colegas, e também ensinando a eles.
4) A globalização cria novas demandas de cognição e de habilidade, e portanto novas oportunidades de educação, tanto para escolas quanto para professores. Para participar, como cidadãos ou produtores, todos precisam ser capazes de entender a globalização, ter curiosidade sobre os negócios globais, sabendo como aprofundar o conhecimento, quando necessário, e ter capacidade de comunicação, trabalho produtivo e respeitoso entre pessoas de diferentes países e realidades culturais.
5) No ato de equilíbrio que a educação representa entre tradição e inovação, nós precisamos estimular a pauta de inovação ajudando os estudantes a se antecipar e preparar para o futuro, assim como para inventá-lo. Isso significa que o cultivo de competências inovadoras deve ser um resultado desejado pela educação, e para alcançar esse objetivo, nós precisamos de abordagens e culturas inovadoras e de lideranças em instituições de ensino.
Professor de Educação Internacional da Fundação Ford e diretor do Programa de Políticas Educacionais Internacionais da Universidade de Harvard, Reimers está atualmente no Brasil em um convênio com a Universidade Federal de Juiz de Fora. Confira abaixo o que ele tem a dizer sobre tecnologia, inovação e liderança em educação.
Que desafios o Brasil precisa encarar para ter um ensino de alto padrão?
Fernando Reimers - A sociedade brasileira reconhece que construir um sistema educacional de ponta é central para sustentar o desenvolvimento necessário para diminuir a pobreza, promover inclusão social e fomentar a prosperidade. Há uma clara prioridade pela educação no país, tanto por parte do governo quanto pela sociedade civil. Um importante desafio em quaisquer nações com altas perspectivas educacionais é a capacidade de executar e implementar mudanças. É notável que, dentre todo o entusiasmo pela educação brasileira, existe uma distinção entre as organizações e instituições comprometidas com sua implementação e execução e aquelas satisfeitas em só fazer parte da discussão.
O Rio Grande do Sul tem os níveis mais altos de repetência no Ensino Médio. O senhor pensa que reprovar estudantes é uma via para que eles aprendam mais e melhor?
Reimers - Altos índices de reprovação são reflexo de uma personalização inadequada da educação, que não consegue atender a necessidade desses estudantes. Nós vivemos em uma época extraordinária em que o desenvolvimento da ciência do aprendizado, o conhecimento sobre ensino e liderança escolar, e diversas inovações pedagógicas e educacionais permitiram, através do desenvolvimento de novas tecnologias, personalizar a educação muito mais do que era possível no passado. Qualquer sistema de ensino com altas taxas de repetência deveria desenvolver oportunidades de aperfeiçoamento do currículo, de materiais didáticos e pedagógicos. Isso passa pela qualificação de professores e líderes escolares.
Quais competências e habilidades o professor do século XXI deve ter para ministrar aulas melhores e mais interessantes?
Reimers - No século XXI, as escolas devem ter como produto não somente o conhecimento de fatos, mas a capacidade de usar esses dados para resolver problemas, transferindo conhecimento de uma disciplina para uma gama de contextos. Também é importante desenvolver o pensamento inovativo, criativo e crítico, o aprendizado contínuo, a comunicação efetiva, além de ser consciente e persistente, tentando fazer o melhor trabalho possível. Também é necessário ser capaz de disciplinar, de lidar com as emoções alheias, de ter competências sócio-emocionais. Para auxiliar os estudantes a desenvolver essas competências, os professores precisam pensar seu papel de maneira diferenciada.
O governo precisa de muito dinheiro para ter uma boa educação ou existem soluções criativas que podem superar problemas econômicos? Qual o papel da tecnologia nesse aspecto?
Reimers - Com certeza não é possível tirar leite de pedra, e recursos são necessários para uma educação de alta qualidade. Precisa-se dinheiro para criar estruturas de educação adequadas, para remunerar professores e diretores de maneira justa, para qualificar os profissionais da educação, para apoiar inovações. Isto dito, os sistemas de educação com melhor desempenho no mundo todo não são aqueles que gastam mais por estudante, mas sim aqueles que gerenciam o dinheiro inteligentemente, implementando abordagens efetivas e inovativas de educação. É por isso que é tão importante desenvolver lideranças educacionais.
Quais as mais importantes lições que o senhor aprendeu sobre educação em sua carreira?
Reimers - 1) A Educação deve cultivar a ação, a voz e a eficácia das pessoas. Nós precisamos auxiliar os educadores a desenvolver suas habilidades de resolução de problemas. Nós precisamos substituir o viés contemplativo, muito presente na educação, pela ênfase no cultivo de uma educação orientada para ação, pela disposição de criar e de transformar o mundo e nossas circunstâncias. Pedagogias capazes de cultivar o aprendizado incluem ensino baseado em projetos, aprendizado expedicionário, engenharia da educação, educação empreendedora, estúdios de design e workshops.
2) A educação deveria cultivar excelência acadêmica, desenvolvimento de caráter e competência sócio-emocional simultaneamente. Estudantes deveriam desenvolver bases éticas que fundamentem suas habilidades e disposição de raciocinar moralmente e agir responsavelmente, e a capacidade de de trabalhar em grupo.
3) As habilidades e motivações de aprender de maneira contínua, independente e em grupo, e também de reaprender, tornaram-se mais importantes. O aprendizado da educação online deve ser acessível a todos os estudantes, pois assim eles estão preparados para usar esse aprendizado para toda a vida. Estudantes deveriam ter vivência de diferentes modos de ensino e aprendizagem no ambiente escolar, aprendendo com os professores, mas também com seus colegas, e também ensinando a eles.
4) A globalização cria novas demandas de cognição e de habilidade, e portanto novas oportunidades de educação, tanto para escolas quanto para professores. Para participar, como cidadãos ou produtores, todos precisam ser capazes de entender a globalização, ter curiosidade sobre os negócios globais, sabendo como aprofundar o conhecimento, quando necessário, e ter capacidade de comunicação, trabalho produtivo e respeitoso entre pessoas de diferentes países e realidades culturais.
5) No ato de equilíbrio que a educação representa entre tradição e inovação, nós precisamos estimular a pauta de inovação ajudando os estudantes a se antecipar e preparar para o futuro, assim como para inventá-lo. Isso significa que o cultivo de competências inovadoras deve ser um resultado desejado pela educação, e para alcançar esse objetivo, nós precisamos de abordagens e culturas inovadoras e de lideranças em instituições de ensino.
Assinar:
Postagens (Atom)